Em Itapira, o direito de atenção integral à saúde da mulher tem sido prejudicado, ao contrário do que se esperava com a criação do Centro de Atenção à Saúde da Mulher.
Os atendimentos ginecológicos e exames de rotina, que devem ser realizados anualmente, estão sendo deixados de escanteio, resumindo esse cuidado a consultas breves e menos especializadas.
Estamos falando de meninas em início da menstruação e da mudança hormonal, em idade de afirmação quanto ao gênero e de início da sexualidade; de mulheres em fase reprodutiva; e da escolha quanto a se reproduzir ou não; de mulheres gestantes, com filhos típicos atípicos, com deficiência, com transtornos mentais; do público LGBTQIAP+; de mulheres atípicas, com deficiência ou com transtornos mentais que precisam de cuidado e atenção especializada; de mulheres na menopausa; de pessoas com anatomia feminina que têm morbidade e/ou comorbidade diretamente ligada ao sexo anatômico feminino, como câncer de mama, colo do útero, endometriose, etc., que serão amparadas por esse serviço de saúde especializado e centralizado.
Estamos falando de demandas que muitas vezes não se encaixam no critério para urgência/emergência no sistema de saúde usual na cidade de Itapira, mas que se encontram previstas na política nacional, que tem como diretriz o objetivo de garantir cuidados completos para a saúde das mulheres, visando promover sua autonomia através de:
• Melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção e assistência e recuperação da saúde em todo o território brasileiro.
• Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação de qualquer espécie.
• Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde (SUS).
(https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-mulher/pnaism)
Hoje, em Itapira, o acesso à consulta ginecológica está restrito a casos específicos, de urgência e emergência, agendadas por uma central de regulação, gerando mais filas e aumentando o tempo de espera por um atendimento especializado.
Entendemos que a falta de profissionais não justifica a centralização do atendimento ginecológico e que isso prejudica o acesso das pessoas nas regiões periféricas a um serviço tão básico para a saúde da mulher. Com este cenário, suporte à saúde mental encontra-se num plano ainda mais escasso, ineficiente e desumanizado à população.
Precisamos que os equipamentos de prevenção e promoção à saúde, as unidades de saúde da família, sejam fortalecidos para atuarem de maneira eficiente e humanizada na atenção à saúde da mulher, de forma integralizada.